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A mulher guerreira deixa todos de boca aberta

A expectativa era esclarecer pendências administrativas e garantir melhores condições de vida.Contudo, a reunião não chegou ao fim. O encontro foi abruptamente interrompido após a entrada inesperada de alguns dos vizinhos da nova residência de Andreia — os mesmos que, segundo ela, têm sido fonte constante de intimidação e ameaças. A presença dessas pessoas gerou um clima de tensão nas instalações do município, levando à suspensão da conversa por razões de segurança.Segundo fontes próximas, Andreia já havia relatado anteriormente episódios de perseguição e assédio por parte destes vizinhos, o que levanta questões sobre a segurança e o acompanhamento social nestes processos de realojamento. A Câmara ainda não se pronunciou oficialmente sobre o incidente, mas é provável que novas medidas sejam tomadas nos próximos dias.Histórico de conflito e negligência social em ValongoAndreia Pereira, mãe solteira de dois filhos, vive há anos numa situação de vulnerabilidade habitacional. Após várias denúncias de condições precárias na antiga casa onde residia, foi-lhe finalmente atribuída uma habitação social pela Câmara Municipal de Valongo. A nova casa, porém, trouxe um novo conjunto de problemas — desta vez, relacionados com os próprios vizinhos.

Segundo relatos de Andreia, desde a sua chegada ao novo imóvel tem sido alvo de insultos, ameaças e intimidação constante por parte de alguns moradores da zona. A jovem já apresentou queixa às autoridades, mas afirma que até agora não obteve proteção efetiva. “Em vez de me sentir segura, estou a viver num pesadelo. A cada dia, é como se estivesse a lutar para justificar o direito a ter um lar”, desabafa.

A Câmara Municipal tem promovido diversos programas de apoio social e realojamento, mas este incidente levanta questões sobre a eficácia do acompanhamento pós-atribuição das habitações. Fontes ligadas ao município admitem que, em alguns casos, há falhas na articulação entre os serviços sociais, a segurança e o acompanhamento psicológico das famílias realojadas.Na sequência do tumulto ocorrido durante a reunião, um porta-voz da autarquia referiu que será aberta uma averiguação interna para apurar como foi possível que indivíduos não autorizados invadissem um espaço institucional. A prioridade, segundo esse responsável, é garantir a integridade física e emocional de Andreia e dos seus filhos.Entretanto, associações locais de apoio à habitação e grupos de direitos humanos já se manifestaram em solidariedade com Andreia, pedindo uma resposta mais firme por parte das autoridades.

Após o incidente, a situação de Andreia Pereira gerou uma onda de solidariedade nas redes sociais e entre organizações locais. A Associação “Direito a Viver com Dignidade”, que acompanha casos de exclusão social na Área Metropolitana do Porto, emitiu um comunicado exigindo medidas urgentes: “Não basta entregar uma casa a quem precisa — é essencial garantir condições para que essa casa seja um verdadeiro lar. O caso de Andreia é um exemplo de como o sistema ainda falha na proteção das famílias mais vulneráveis.”

Vários cidadãos organizaram uma petição online, exigindo à Câmara Municipal de Valongo uma reavaliação da vizinhança onde Andreia foi colocada, bem como a implementação de um plano de segurança e acompanhamento psicológico para vítimas de intimidação em contextos de habitação social.

A pressão pública já começou a surtir efeito. Fontes internas da autarquia revelaram que está a ser estudada a possibilidade de Andreia ser realojada numa nova morada, longe do ambiente hostil atual. No entanto, essa decisão ainda depende de uma avaliação técnica e jurídica que poderá demorar dias ou semanas.

Por outro lado, o Ministério da Habitação foi também chamado a intervir. Um representante do ministério afirmou que está a acompanhar o caso com preocupação e que poderá interceder junto do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) para agilizar soluções, caso a autarquia não consiga assegurar as condições mínimas de segurança e bem-estar.

Enquanto isso, Andreia continua a viver num limbo. “Só quero paz para os meus filhos. Não peço luxo. Só quero dormir sem medo”, afirmou emocionada, ao sair da câmara após o episódio desta quarta-feira.

 

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