André Ventura ameaçado

Ventura diz não ter medo dos ciganos e reacende polémica com declarações em campanha
Durante mais uma ação de campanha, André Ventura voltou a estar no centro da controvérsia ao afirmar, perante apoiantes e jornalistas, que “não tem medo dos ciganos” e que continuará a falar “sem filtros” sobre o que considera serem “problemas reais da sociedade portuguesa”.
A declaração surgiu em resposta a críticas sobre o tom das suas intervenções públicas, especialmente no que toca à comunidade cigana. “Não me calo porque alguns se incomodam. Não tenho medo dos ciganos nem de ninguém. Tenho medo é de um país sem justiça e sem coragem para enfrentar os problemas”, disse Ventura, numa praça pública do distrito de Santarém.
As palavras geraram imediata reação por parte de várias organizações civis e políticas. A SOS Racismo classificou as declarações como “discurso de ódio disfarçado de coragem política”, acusando o líder do Chega de fomentar preconceito e exclusão. Já o Bloco de Esquerda e o Livre pediram uma tomada de posição mais firme da Comissão Nacional de Eleições (CNE), alertando para “linguagem que ultrapassa os limites do aceitável em democracia”.
Ventura, por seu lado, mantém-se firme. Nas redes sociais, reforçou o que disse em comício e garantiu que “não há racismo em falar a verdade”. Sublinhou ainda que o Chega “não se curva perante o politicamente correto” e que “não está aqui para agradar a elites ou a ativistas de sofá”.
A polémica reacende um debate antigo em torno do discurso político em Portugal, nomeadamente quando envolve comunidades minoritárias. Nos últimos anos, as posições do líder do Chega em relação à comunidade cigana têm sido motivo de inúmeras críticas, mas também de apoio por parte de uma base eleitoral que valoriza o seu discurso direto e sem rodeios.
As próximas semanas de campanha dirão se este tipo de afirmações terá consequências nas urnas ou se continuarão a servir como combustível para manter André Ventura no centro do debate mediático.