Sandra Felgueiras Presta Homenagem a Miguel Macedo: “A Justiça Deve Reparar, Não Destruir”
Foto do Instagram da Sandra Felgueiras
A notícia abalou o meio político e jornalístico, levando diversas personalidades a manifestarem o seu pesar. Entre elas, Sandra Felgueiras prestou uma sentida homenagem através das redes sociais, recordando não apenas o político, mas também o homem por detrás do cargo.
“Hoje despedimo-nos de um homem bom. De um homem que também foi político, mas que era, acima de tudo, filho, pai e marido. Os cargos tendem a desumanizar-nos, e hoje é importante refletirmos sobre isso”, começou por escrever Sandra Felgueiras no Instagram. A jornalista destacou a importância de recordar Miguel Macedo para além da esfera política, valorizando a sua dimensão humana e pessoal.
No seu tributo, Sandra Felgueiras não escondeu a sua indignação ao relembrar a situação judicial que marcou a vida do ex-ministro. “O Miguel Macedo não é apenas o ex-ministro ou o ex-líder da bancada parlamentar. É o homem que uma justiça injusta humilhou publicamente e depois absolveu. Absolveu, como se isso lhe devolvesse a reputação e a carreira que tinha. Mas devolveu? Que justiça é esta que castra para sempre um homem bom, impondo-lhe uma pena definitiva mesmo na absolvição?”
A jornalista fez um apelo à reflexão sobre o impacto que julgamentos precipitados podem ter na vida das pessoas, defendendo que a justiça deve servir para reparar, não para destruir. “Este é, para mim, um dos maiores pecados do ser humano: julgar sem provas. Simplesmente julgar, sem nunca se colocar no lugar do outro.”
Sandra Felgueiras também abordou a sua própria postura enquanto jornalista, reconhecendo os erros que já cometeu ao longo da carreira e a importância de pedir perdão. “Quem não me conhece verdadeiramente pensará: ‘Quem é esta que julga tudo e todos e agora apregoa esta moral só porque um amigo seu morreu?’ Enganar-se-ão todos os que se esquecem de que, antes de ser jornalista, sou filha, mulher e mãe.”
A comunicadora fez ainda referência ao caso McCann, onde assumiu que aprendeu lições importantes sobre ética e responsabilidade no jornalismo. “Pedir perdão é o único gesto que, de facto, nos absolve dos nossos pecados.”
No final da mensagem, Sandra Felgueiras dirigiu-se diretamente ao ex-ministro: “Espero, Miguel, que encontre a paz que tanto merece. Hoje, o corpo traiu-me e não poderei estar presente no seu último adeus. Mas, para mim, não será um adeus. Recordarei sempre a simpatia, a humildade e a elevação com que sempre conversámos. Que falta nos fazem agora políticos como o Miguel!”
A jornalista concluiu o seu tributo com um forte apelo à reflexão sobre o estado da justiça e da democracia. “Gostaria que o Miguel fosse o último a ser recordado como o homem bom que a justiça destruiu. A justiça deve reparar, não destruir. E quando destrói, a democracia está doente – e temos de a tratar. Todos nós! Até já, Miguel! Ficarei deste lado a rezar por si, recordando para sempre o seu exemplo.”
O falecimento de Miguel Macedo deixa uma marca profunda na política e no jornalismo português, servindo como um momento de reflexão sobre o impacto da justiça na vida dos indivíduos e a necessidade de um sistema mais justo e humano.
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