Mulher de André Ventura, quebra o silêncio e faz desabafo, e expõe…ver mais

Pela primeira vez, de forma clara e emotiva, a mulher de André Ventura quebrou o silêncio e revelou detalhes nunca antes partilhados sobre os bastidores da sua vida familiar. O desabafo surgiu num momento inesperado, mas carregado de significado: “Há muito tempo que guardo tudo para mim, mas há momentos em que o silêncio já não chega”, começou por dizer.
Segundo ela, a pressão constante da vida política tem afetado profundamente a dinâmica do casal. “A exposição, a polémica, os ataques, a ausência… tudo isso desgasta. Não é fácil estar ao lado de alguém que é amado por uns e odiado por outros, todos os dias”, afirmou, com voz embargada.
A mulher de Ventura confidenciou que, apesar de apoiar o marido, tem sentido a própria identidade diluir-se ao longo dos anos. “Fui deixando de ser vista como mulher, como profissional, como indivíduo… para ser apenas ‘a mulher de André Ventura’”, lamentou. “E isso dói, porque eu também sou alguém.”
Nos momentos mais difíceis, contou que chegou a questionar se o casamento teria futuro. “Houve noites em que dormimos sem trocar uma palavra. Houve dias em que me senti sozinha mesmo com ele ao lado. A política consome tudo.” Palavras que revelam a dor escondida de quem vive no silêncio da vida pública.
Apesar de tudo, garantiu que não perdeu o amor nem o respeito por André. “Ele é intenso, é apaixonado pelas causas dele, e é por isso que tantos o seguem. Mas, às vezes, esquecemo-nos que por trás do político está um homem — e por trás dele, está uma mulher a segurar o resto.”
O desabafo foi também um pedido de empatia. “As pessoas atacam, julgam, apontam o dedo… mas esquecem-se que as famílias dos políticos também sofrem. Eu não escolhi o palco. Escolhi o André, mas não sabia que vinha com tudo isto.”
Num momento particularmente marcante, admitiu que pensou várias vezes em afastar-se. “A ideia de desaparecer, de ir embora com os meus e recomeçar, passou-me pela cabeça mais do que uma vez. Mas ainda acredito que vale a pena lutar.”
Ela revelou ainda que tem procurado apoio psicológico para lidar com a pressão, a ansiedade e o sentimento de invisibilidade. “Não é vergonha pedir ajuda. É coragem. E talvez outras pessoas na minha posição precisem de ouvir isso.”
Sobre o futuro, foi cautelosa mas sincera: “Vamos continuar a tentar. Não por obrigação, mas porque ainda existe amor. Só que o amor, por si só, não chega. É preciso tempo, presença, escuta… e isso nem sempre existe neste mundo em que vivemos.”
A partilha tocou muitos que vivem realidades semelhantes, longe da política mas igualmente marcadas por desequilíbrios criados pela carreira, exposição ou rotina. A coragem da mulher de Ventura abriu espaço para um lado raramente visto — o lado humano da política.
Num país onde tantas vezes se romantiza ou se demoniza quem está no poder, este testemunho recorda-nos que, por detrás das câmaras e dos discursos, existem vidas reais, com dores silenciosas e batalhas invisíveis. E que, às vezes, as feridas mais profundas são as que ninguém vê.