Afastado André Ventura

André Ventura, líder do Chega, afastou-se da campanha para as legislativas antecipadas de 2025 após sofrer dois episódios de mal-estar em eventos públicos. O primeiro incidente ocorreu a 13 de maio, durante um comício em Tavira, onde se sentiu indisposto e teve de ser assistido por serviços médicos. Inicialmente, foi diagnosticado com refluxo esofágico associado a hipertensão, um quadro que já o vinha afetando, segundo revelou à comunicação social.
Dois dias depois, Ventura regressou à campanha em Odemira, na tentativa de manter a sua presença ativa nos dias finais da corrida eleitoral. Contudo, voltou a sentir-se mal, sendo novamente hospitalizado. Desta vez, realizou exames mais profundos, incluindo um cateterismo, para excluir eventuais problemas cardíacos. Os resultados descartaram complicações no coração, mas revelaram um novo diagnóstico: espasmo esofágico, uma condição que pode simular sintomas cardíacos.
A sucessão de episódios levou Ventura e a sua equipa a decidirem pelo afastamento definitivo da campanha. Apesar de ter tido alta hospitalar e de afirmar estar a sentir-se melhor, o líder do Chega explicou que os médicos o aconselharam a parar, sublinhando que a saúde “tem de vir em primeiro lugar”. Ventura anunciou a decisão através das redes sociais e dos órgãos de comunicação, afirmando ser uma escolha “dolorosa, mas necessária”.
A ausência de Ventura nos últimos dias da campanha levanta questões sobre o impacto na mobilização do eleitorado do Chega, sobretudo nas regiões onde o partido esperava conquistar mais votos. Ainda assim, a direção do partido confirmou que manterá as ações de campanha agendadas, com a presença de outros dirigentes, como Pedro Pinto e Gabriel Mithá Ribeiro, que assumirão o papel de porta-vozes nestes dias finais.
Este episódio de saúde acontece numa fase crítica da campanha, a escassos dias das eleições legislativas marcadas para domingo, 18 de maio. O Chega vinha apostando numa campanha intensa, com forte presença nas ruas e comícios em todo o país, centrando o seu discurso na segurança, imigração e crítica às instituições democráticas. A ausência do seu principal rosto poderá condicionar a reta final da campanha, apesar do esforço da máquina partidária para manter a dinâmica.
Ventura já havia enfrentado episódios de fadiga durante anteriores campanhas, mas esta é a primeira vez que se vê forçado a suspender completamente a sua participação. A situação gerou alguma especulação quanto à sua condição clínica, embora os diagnósticos tenham sido tornados públicos para evitar rumores. Até ao encerramento da campanha, o líder do Chega permanecerá em repouso, e qualquer comunicação oficial será feita por via das redes sociais ou através da sua equipa.