Endividamento das Famílias Portuguesas Cresce pelo 15º Mês Consecutivo: Crédito Habitação é o Principal Motor

O endividamento das famílias em Portugal registou um aumento pelo 15º mês consecutivo, atingindo níveis que não se viam desde 2012. O crédito à habitação é o principal responsável por este crescimento contínuo, refletindo a forte procura por financiamento imobiliário e o aumento do valor dos imóveis no mercado.
Apesar da recente descida das taxas de juro, que contribuiu para uma ligeira redução das prestações mensais, o valor global dos empréstimos para aquisição de casa continua a crescer. Este cenário é alimentado tanto pela necessidade das famílias em adquirir habitação própria, como pela valorização dos imóveis, que obriga a contrair empréstimos maiores.
O Banco de Portugal tem monitorizado de perto esta evolução, através dos rácios financeiros que avaliam a sustentabilidade dos créditos concedidos, como o rácio entre o valor do empréstimo e o valor do imóvel (LTV) e o rácio entre a prestação mensal e o rendimento disponível (DSTI). Ainda que a maioria dos contratos respeite os limites prudenciais, nota-se um aumento na contratação de crédito por parte de mutuários mais jovens, que tendem a apresentar rácios mais elevados, aumentando o risco de incumprimento a médio prazo.
Este crescimento sustentado do endividamento familiar destaca a importância de uma gestão financeira cuidadosa por parte dos consumidores, bem como a necessidade de monitorização regulatória contínua para garantir a estabilidade do sistema financeiro.
Em suma, o crédito habitação continua a ser o principal motor do endividamento das famílias portuguesas, exigindo atenção redobrada face aos desafios que se colocam no horizonte económico e imobiliário do país.