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Objetivo matar a namorada “Ela não sabia nadar. Ele sabia disso

O que era suposto ser uma viagem de sonho a bordo de um iate acabou por se transformar num cenário de terror. Um homem, de 60 anos, foi detido pelas autoridades depois de ter tentado matar a sua companheira, atirando-a ao rio Tejo durante uma violenta discussão. O caso, que ocorreu ao largo de Oeiras, chocou pela frieza do ato e pela forma como a vítima foi deixada à sua sorte nas águas do rio.

O casal, ambos estrangeiros, estava a viver a bordo de um iate há vários meses, numa jornada que incluía várias paragens ao longo da costa portuguesa. Segundo relatos da vítima, a relação já era marcada por episódios de tensão e agressividade, mas nunca se imaginou que pudesse escalar para uma tentativa de homicídio.

Naquela tarde, uma discussão começou por motivos banais, mas rapidamente aumentou de intensidade. Em plena disputa, o homem empurrou a companheira para fora da embarcação, atirando-a ao rio, sabendo que ela não sabia nadar. O gesto foi calculado. Após atirá-la à água, ligou os motores e abandonou o local, deixando-a a lutar pela própria vida.

Por sorte, uma embarcação que navegava nas imediações apercebeu-se da mulher em apuros e conseguiu resgatá-la a tempo. A vítima foi levada para terra e recebeu assistência médica, encontrando-se estável, mas profundamente abalada física e psicologicamente com o que aconteceu.

A rápida atuação das autoridades marítimas permitiu localizar o iate e intercetar o suspeito poucas horas depois do crime. O homem foi detido sem resistência e transportado para a esquadra mais próxima, onde foi formalmente identificado e interrogado.

Em tribunal, foi-lhe decretada prisão preventiva, estando agora a aguardar julgamento por tentativa de homicídio qualificado, agravado pelo contexto de violência doméstica. A vítima, apesar do trauma, tem colaborado com as investigações e prestado declarações que confirmam um padrão contínuo de abuso e controlo por parte do companheiro.

Este caso veio relançar o debate sobre a violência em contextos menos visíveis, como relações entre casais que vivem isolados ou em situações itinerantes. A dificuldade em pedir ajuda e a falta de uma rede de apoio imediata tornam muitas vítimas reféns de ambientes tóxicos e perigosos.

Agora, com o suspeito detido, a prioridade das autoridades é garantir a proteção da mulher e o acompanhamento psicológico necessário para que possa recuperar. O seu testemunho poderá ser essencial para garantir justiça e impedir que outras vítimas passem pelo mesmo.

O caso serviu também de alerta às autoridades marítimas, que reforçaram os mecanismos de patrulha e vigilância, sobretudo em zonas onde há grande concentração de embarcações particulares, como marinas e cais fluviais.

O que se esperava ser uma aventura de liberdade no mar tornou-se num pesadelo a bordo. E só a intervenção de estranhos e a rápida resposta dos serviços de emergência evitaram que esta história tivesse um desfecho trágico.

 

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