André Ventura perde aliado
Sim, a ascensão de Rita Matias, com apenas 26 anos, representa um fenómeno notável na política portuguesa contemporânea. Eleita deputada pela chega nas legislativas de 2022, e reeleita em 2024, Matias tornou-se rapidamente um dos rostos mais visíveis da nova geração de parlamentares — particularmente pelo seu posicionamento conservador, eloquência discursiva e presença mediática.
Breve retrato de Rita Matias
Rita Matias nasceu em 1998 e formou-se em Ciência Política. Filha de Paulo Matias, ex-autarca e também ligado ao Chega, cresceu num ambiente politicamente ativo. Começou a destacar-se nas juventudes partidárias e assumiu um papel de liderança na Juventude do Chega, tornando-se a sua primeira coordenadora nacional.
Desde cedo demonstrou uma postura ideológica clara: conservadora nos costumes, crítica do que considera ser a “hegemonia cultural da esquerda”, e defensora de valores tradicionais como a família, a religião e a soberania nacional.
Ascensão meteórica
A sua eleição em 2022 foi simbólica: era, na altura, a deputada mais jovem da Assembleia da República. Mas mais do que a idade, foi a sua capacidade de comunicação e firmeza ideológica que a tornaram num dos rostos mais reconhecíveis do Chega.
Rita Matias afirmou-se como uma das vozes mais assertivas do partido em debates parlamentares, destacando-se pela retórica incisiva e por uma postura combativa que gera tanto aplausos como controvérsia.
Impacto político
O impacto de Rita Matias vai além do número de iniciativas parlamentares. Ela é frequentemente convidada para debates televisivos, presença ativa nas redes sociais e usada pelo partido como símbolo de renovação e juventude — uma espécie de “rosto feminino e jovem do Chega”, num partido frequentemente associado a figuras masculinas e de gerações mais velhas.
Para os apoiantes, é vista como uma líder natural em ascensão, coerente com os princípios conservadores e dotada de uma maturidade política acima da média. Para os críticos, representa a radicalização de certos discursos políticos e a normalização de ideias que consideram regressivas.
Perspetivas futuras
É ainda cedo para prever qual será o percurso de Rita Matias a longo prazo, mas muitos analistas veem nela potencial para ocupar posições de maior destaque dentro do Chega — eventualmente até como vice-presidente ou cabeça de lista numas eleições europeias.
A sua popularidade entre os jovens conservadores, a sua disciplina partidária e a capacidade de se adaptar ao debate mediático fazem dela uma figura com peso crescente na política nacional.
