José Eduardo Moniz vive momento delicado após domingo de derrotas para a SIC e RTP

José Eduardo Moniz, diretor-geral da TVI, enfrenta um dos períodos mais difíceis desde o seu regresso à estação de Queluz de Baixo. O último domingo, 15 de junho de 2025, revelou-se particularmente penoso, com uma sequência de derrotas nas audiências que abalaram a liderança da estação. Apesar dos esforços contínuos para revitalizar a grelha de programação, os principais formatos da TVI caíram perante a concorrência da SIC e, em alguns blocos horários, até da RTP1. A frustração é visível nos bastidores, e o impacto nos resultados gerais do canal já se faz sentir.
O programa “Funtástico”, apresentado por Manuel Luís Goucha, era considerado uma das grandes apostas da estação para os domingos. Contudo, pela primeira vez em vários meses, o formato foi ultrapassado pelo “Domingão” da SIC, ainda liderado por João Baião. Com uma diferença de cerca de 5 mil espectadores (453 mil para a TVI contra 458 mil para a SIC), esta pequena margem revelou-se significativa, pois quebrou a tendência de liderança conquistada pela TVI aos fins de semana. Internamente, fala-se de “surpresa amarga”, já que se esperava uma vitória confortável nesta faixa.
A exibição do jogo entre o PSG e o Atlético de Madrid, a contar para o Mundial de Clubes, também não teve o desempenho esperado. A partida foi transmitida em exclusivo pela TVI, numa jogada de risco que visava captar o público masculino e jovem. No entanto, o “Jornal da Noite” da SIC foi o programa mais visto da mesma faixa, com 913 mil espectadores, superando os 854 mil do jogo. Moniz terá apostado fortemente nesta transmissão como uma forma de reforçar a presença da TVI no desporto, mas o retorno ficou aquém das expectativas.
A situação agravou-se ainda mais com o resultado do “Big Brother”, um dos pilares da grelha da TVI. O reality show, apesar de todos os momentos polémicos e investimentos promocionais, foi ultrapassado não só pelo “Casados à Primeira Vista” da SIC, como também pelo “The Voice Kids” da RTP1, nalguns segmentos. Esta tripla derrota teve um impacto direto no share diário do canal, que acabou por perder o domingo em todos os blocos horários principais. A liderança da TVI, que vinha sendo reforçada aos domingos, sofre agora um abalo significativo.
A soma destes resultados colocou a SIC na liderança do dia, com uma quota de mercado de 14,8%, seguida da TVI com 13,7% e a RTP1 com 9,2%. Os analistas destacam que esta quebra poderá ter reflexos no investimento publicitário e na perceção de força da TVI perante os anunciantes. No seio da direção de programas, José Eduardo Moniz terá reunido de emergência com a sua equipa para avaliar o que falhou. Fontes próximas revelam que o diretor se mostrou visivelmente irritado com os dados e exigiu mudanças imediatas nos alinhamentos de programação.
Embora Moniz continue a ser uma figura respeitada na televisão portuguesa, o desgaste começa a ser evidente. A pressão para manter a TVI no topo é enorme, especialmente numa altura em que a concorrência da SIC, liderada por Daniel Oliveira, se apresenta cada vez mais agressiva e eficaz. Este “domingo negro” não foi apenas um deslize pontual — poderá marcar o início de uma reavaliação profunda na estratégia da estação. Resta saber se José Eduardo Moniz conseguirá recuperar o fôlego e, mais do que isso, superar um momento que muitos já classificam como o mais crítico da sua gestão atual.