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Zoraya esperou três anos e meio por decisão. Morte deverá ocorrer nas próximas semanas, com medicamento para parar o coração

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Zoraya esperou três anos e meio por decisão. Morte deverá ocorrer nas próximas semanas, com medicamento para parar o coração.

Uma mulher, com 29 anos, recebeu autorização para recorrer à morte medicamente assistida (eutanásia) nos Países Baixos, por sofrer de doença mental insuportável. “Na minha casa, os médicos vão dar-me um sedativo e mais tarde o medicamento para parar o coração. Será como adormecer”, disse Zoraya Ter Beek, ao jornal britânico ‘The Guardian’. Segundo a lei aprovada em 2001, a primeira em todo o Mundo, para ser elegível para eutanásia é preciso ter “sofrimento insuportável sem perspetivas de melhoria”.

Zoraya sofre desde a infância de depressão crónica, ansiedade, trauma e transtorno de personalidade não especificado. Foi diagnosticada também com autismo. Ao conhecer o companheiro, acreditou que poderia recuperar, mas os ferimentos autoinfligidos e os pensamentos suicidas continuaram. Após dez anos de tratamentos intensos e de 30 sessões de terapia eletroconvulsiva, Zoraya decidiu, em dezembro de 2020, morrer.

A autorização surge três anos e meio depois. “Sinto alívio. Foi uma luta tão longa”, disse, ao recordar que quando a sua história se tornou pública disseram-lhe: “devias arder no inferno”, ou “não faças isso, a tua vida é preciosa”. Os casos de morte assistida devido a doença mental provocam sempre controvérsia e têm vindo a aumentar. Em 2010, foram só dois, mas o ano passado já foram 138, num total de 9068 mortes por eutanásia.

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