“André Ventura é do tipo que mama e chora”, diz comentador da CNN Portugal..

Na entrevista concedida à TVI e à CNN Portugal, esta quarta-feira à noite, André Ventura falou pela primeira vez desde as legislativas. O líder do Chega assumiu-se como o principal rosto da oposição, sublinhando que o partido está preparado para fiscalizar e confrontar o Governo liderado por Luís Montenegro.
Ventura abordou também os problemas de saúde que enfrentou durante a campanha eleitoral. Revelou ter tido dois episódios de espasmos esofágicos, que o levaram ao hospital, primeiro em Faro e depois em Setúbal. Segundo o próprio, estas situações resultaram do stress da campanha, refluxo gástrico e tensão arterial elevada.
Durante a entrevista, criticou fortemente o estado do Serviço Nacional de Saúde, acusando o Governo de ineficácia, especialmente no que diz respeito ao encerramento de urgências hospitalares. Aproveitou ainda para reforçar que o Chega continuará a ser uma força combativa no Parlamento, focada em temas como saúde, segurança e justiça.
Na mesma entrevista, André Ventura procurou consolidar a sua imagem de líder da oposição, afirmando repetidamente que o Chega é o único partido verdadeiramente disposto a fazer frente ao Governo de Luís Montenegro. Afirmou que, apesar da maioria relativa da Aliança Democrática, o país precisa de uma oposição firme e determinada, que não se limite a “acordos de bastidores” ou a uma postura passiva.
Ventura criticou também a alegada falta de coragem do Executivo em tomar decisões estruturais, apontando falhas na resposta à crise na saúde, na segurança interna e na justiça. Em particular, realçou o encerramento de serviços de urgência em vários pontos do país como um reflexo do que considera ser um colapso iminente do SNS. Segundo ele, os cidadãos estão a ser deixados à sua sorte, sem acesso digno a cuidados de saúde.
No plano pessoal, referiu que os problemas de saúde que enfrentou não o abalaram politicamente, antes reforçaram a sua determinação. Disse que continuou ativo mesmo durante a convalescença, utilizando as redes sociais para manter contacto com os apoiantes e para dar resposta à campanha eleitoral. Esta persistência, argumentou, mostra o seu compromisso com a causa e com os portugueses que nele confiam.
André Ventura encerrou a entrevista com um apelo à mobilização do eleitorado que sente que o país precisa de mudança real, reiterando que o Chega se manterá vigilante, crítico e pronto para crescer enquanto força política de oposição.