rendimento às famílias de baixa renda

André Ventura tem vindo a posicionar-se como uma das vozes mais críticas em relação à política fiscal portuguesa. Para o líder do Chega, os sucessivos governos — tanto de esquerda como de centro-direita — têm mantido uma linha de continuidade na cobrança de impostos, que considera “asfixiante” para as famílias e empresas. A sua visão passa por uma reestruturação profunda da forma como o Estado arrecada e gasta os recursos públicos.
Num dos seus discursos mais recentes, Ventura afirmou que o Orçamento do Estado para 2025 é “uma mentira fiscal”, apontando que os anúncios de redução no IRS são anulados por aumentos disfarçados noutros setores, como os combustíveis. Critica fortemente o que considera ser uma manipulação da perceção pública, através de medidas que parecem aliviar, mas que, na prática, mantêm ou aumentam a carga fiscal.
A posição do Chega é clara: menos impostos, menos burocracia e maior eficiência na despesa pública. Ventura tem defendido cortes nos gastos considerados “excessivos e ideológicos”, especialmente em áreas que considera menos prioritárias, como subsídios a associações que, segundo ele, promovem agendas políticas.
Em contrapartida, o partido propõe incentivos fiscais para trabalhadores jovens, nomeadamente a isenção total de IRS até aos 100 mil euros anuais, como forma de combater a fuga de talentos para o estrangeiro. Esta medida, embora controversa, visa reter mão-de-obra qualificada e dinamizar o mercado interno com maior poder de compra.
Outra das propostas financeiras de Ventura inclui a simplificação da máquina fiscal e o reforço dos mecanismos de controlo à fraude e evasão, com penalizações mais duras para grandes devedores ao fisco. O Chega defende ainda uma maior autonomia das regiões no que toca à gestão dos recursos públicos, nomeadamente nos municípios, para garantir que o dinheiro do contribuinte seja aplicado mais próximo da realidade local.
No campo da despesa pública, Ventura mostra-se crítico da ineficiência dos serviços do Estado, apontando que os portugueses “pagam como nos países mais ricos da Europa, mas recebem serviços como nos mais pobres”. Para o Chega, há um excesso de gastos administrativos que deve ser reduzido drasticamente.
A narrativa do partido pretende também atrair eleitores descontentes com os impostos indiretos, como o IVA elevado ou o ISP sobre combustíveis, que afetam diretamente o custo de vida. Ventura acusa os governos de recorrerem a esses impostos silenciosos para financiar um Estado “inchado e ineficaz”.
Com estas posições, o Chega procura diferenciar-se dos restantes partidos, propondo uma reforma fiscal radical e centrada na devolução do rendimento às famílias. O discurso económico de Ventura tem ganho força entre os eleitores que sentem que o seu esforço não está a ser recompensado.