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André Ventura não perdoa

André Ventura voltou a aquecer o debate político com uma proposta polémica: quem recebe o Rendimento Social de Inserção (RSI) deverá, obrigatoriamente, trabalhar em tarefas ao serviço do Estado. A ideia já está a causar reações intensas, tanto de apoio como de indignação, reacendendo a discussão sobre o papel dos apoios sociais e a sua gestão em Portugal.

Segundo Ventura, há uma “subsidiodependência crónica” no país que precisa de ser combatida com firmeza. Na sua visão, o RSI deve deixar de ser um apoio sem contrapartidas. Para isso, propõe que os beneficiários aptos ao trabalho passem a realizar tarefas como limpeza de matas, apoio em serviços administrativos, manutenção de espaços públicos ou outro tipo de funções ajustadas às suas capacidades.

A proposta inclui também um controlo mais rigoroso sobre os beneficiários do RSI, com avaliações frequentes e a obrigatoriedade de demonstrar que estão à procura ativa de emprego. Ventura defende ainda que comunidades onde se concentram elevados níveis de beneficiários devem ter uma supervisão reforçada, por considerar que existe um padrão repetido de dependência do sistema.

Esta proposta surge num momento em que a pressão sobre os sistemas de apoio social continua a aumentar, com muitos portugueses a questionarem se o atual modelo é sustentável ou se está a ser explorado de forma indevida por parte de alguns beneficiários. Ventura aproveita este sentimento para reforçar o seu discurso de rigor e responsabilização.

Como habitual, a reação foi imediata. Parte da população aplaude a medida, considerando que é justo exigir trabalho em troca de apoio financeiro por parte do Estado. Outros, no entanto, criticam a proposta, argumentando que muitas pessoas em situação de vulnerabilidade não têm condições físicas ou psicológicas para trabalhar, e que este tipo de imposições pode violar princípios de dignidade e inclusão social.

Independentemente do desfecho, a proposta de Ventura insere-se numa estratégia clara: provocar debate, marcar posição ideológica e colocar a política social no centro da agenda pública. Para os apoiantes, trata-se de uma medida de justiça. Para os críticos, é um ataque aos mais frágeis. Mas uma coisa é certa: o tema está a aquecer.

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