Chega perde e deixa muita gente triste

Nas legislativas de 2025, embora o Chega tenha registado uma forte subida a nível nacional, houve algumas exceções pontuais onde o partido perdeu força. Em sete concelhos do país, os resultados mostraram uma quebra no número de votos em comparação com as eleições anteriores.
Entre esses concelhos estão, por exemplo, Mesão Frio e Vila de Rei, localidades tradicionalmente mais conservadoras, onde o Chega não conseguiu consolidar ou expandir o apoio obtido em 2024. A quebra poderá estar relacionada com o reforço local de outras forças políticas, nomeadamente a Aliança Democrática (AD), que recuperou terreno nestas zonas.
Além disso, em alguns desses municípios, a presença de candidatos independentes fortes ou dinâmicas locais específicas podem ter influenciado negativamente o desempenho do Chega, desviando parte do eleitorado que anteriormente teria optado pelo partido.
A redução de votos nestes concelhos não afetou o crescimento global do Chega, que ainda assim conquistou dezenas de novos municípios e reforçou a sua posição em várias zonas urbanas e suburbanas. No entanto, os resultados mostram que o crescimento do partido não é homogéneo e que existem regiões onde a sua mensagem encontra mais resistência.
Estas exceções também evidenciam que o discurso político polarizador pode não ser igualmente eficaz em todos os contextos locais. Em comunidades mais pequenas ou coesas, outros fatores, como a reputação pessoal dos candidatos ou a proximidade dos partidos tradicionais com os eleitores, podem ter um peso determinante.
O resultado final mostra, portanto, um partido em ascensão, mas com desafios significativos em certos territórios, onde o voto conservador pode preferir outras alternativas mais tradicionais ou menos radicais.