Meteorologia

Depressão Martinho: Baixo Tejo em Alerta Máximo com Risco de Cheias

Tempo

A região do Baixo Tejo encontra-se em alerta devido ao risco iminente de cheias, uma consequência direta das chuvas intensas provocadas pela Depressão Martinho nos últimos dias. A situação tornou-se mais crítica com a decisão de Espanha de intensificar as descargas das barragens, uma medida inevitável após os recordes de precipitação registados. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já alertou que a subida do caudal do rio será inevitável, prevendo impactos significativos em áreas ribeirinhas e agrícolas.

A barragem de Castelo de Bode está sob enorme pressão, tentando controlar o caudal do Zêzere, enquanto lida com as descargas de Cabril e Bouça, bem como com a água do Rio Nabão. Até ao momento, as autoridades têm conseguido manter um fluxo de 2.300 metros cúbicos por segundo no Rio Tejo, mas a capacidade de contenção poderá atingir o limite caso as descargas espanholas continuem a aumentar.

O impacto da Depressão Martinho estende-se ainda a outras regiões hidrográficas. No Vouga, a barragem de Ribeiradio já iniciou descargas, o que levou a Ermida a seguir o mesmo caminho, aumentando o risco de cheias ao longo da bacia. No Mondego, a situação mantém-se preocupante, especialmente após o transbordo do Rio Ceira, que inundou garagens em Cabouço. Apesar da diminuição do nível das águas, Fronhas e Aguieira continuam a descarregar, aumentando a incerteza em torno de eventuais impactos em Coimbra.

No Douro, as barragens de Tua, Varosa e Vilar Tabuaço encontram-se a operar no limite da sua capacidade. Mais a sul, a barragem de Pedrógão já liberta água há mais de uma semana para aliviar o Alqueva, enquanto no Algarve, Odeleite, Beliche e Funcho descarregaram volumes significativos. A grande surpresa poderá vir da barragem de Odelouca, que esteve quase vazia durante a última década, mas que poderá vir a libertar água ainda este ano, marcando um cenário inédito para a região.

Com a previsão de mais chuva para os próximos dias, as autoridades mantêm um monitoramento apertado da situação, alertando populações ribeirinhas para o risco de inundações. A recomendação é que se evitem deslocações desnecessárias junto a zonas de risco e que se acompanhem as atualizações da Proteção Civil.

CONTINUAR LENDO