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Morreu José António Saraiva JORNALISTA e FUNDADOR do Jornal SOL

José António Saraiva, um dos maiores nomes do jornalismo português e fundador do jornal SOL, faleceu esta quinta-feira, aos 77 anos. Nascido em Lisboa em 1948, Saraiva construiu uma carreira notável que o posicionou como uma das figuras mais respeitadas na área da comunicação social em Portugal. Ao longo da sua vida, foi um dos principais impulsionadores da modernização do jornalismo nacional, destacando-se tanto no jornalismo escrito quanto na televisão.

Formado em Arquitetura, José António Saraiva exerceu a profissão entre 1969 e 1983, mas foi no jornalismo que se tornou uma personalidade incontornável. Com apenas 17 anos, iniciou a sua carreira no Comércio do Funchal, onde começou a dar os primeiros passos no mundo da comunicação. Com o tempo, foi ganhando destaque pela sua capacidade analítica e pela maneira com que abordava temas políticos e sociais de relevância nacional, sendo também responsável por algumas reportagens marcantes da história recente do país.

Entre as suas contribuições mais significativas, destaca-se a reportagem televisiva “O 25 de Abril, três anos depois”, que fez um retrato profundo e reflexivo sobre as consequências da Revolução dos Cravos. Além disso, o documentário Os anos do século, que abordou os principais acontecimentos sociopolíticos do início do século XX e da Primeira República Portuguesa, consolidou o seu nome como um dos principais jornalistas e cronistas de história contemporânea em Portugal. Ao longo da sua carreira, Saraiva foi também diretor do prestigiado Expresso, onde exerceu uma influência decisiva na linha editorial do jornal.

Em 2006, José António Saraiva foi um dos fundadores do Jornal SOL, onde desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da publicação e na consolidação da sua posição no mercado nacional. Sob a sua liderança, o SOL tornou-se um dos periódicos mais respeitados, com uma abordagem crítica e independente em relação aos acontecimentos nacionais e internacionais. Saraiva também foi responsável por diversas colunas e crónicas que refletiam a sua visão apurada da política, da sociedade e dos temas atuais, conquistando um público fiel.

Seis dias antes do seu falecimento, José António Saraiva publicou uma crónica no SOL com o título “Não é uma Despedida”, onde recordava com emoção os primeiros anos da sua carreira e os projetos que marcaram a sua trajetória profissional. Na crónica, ele fez uma reflexão sobre os momentos mais significativos da sua vida, mencionando as pessoas que teve o privilégio de conhecer e as histórias que acompanhou ao longo de décadas de trabalho. Ao final do texto, anunciou uma pausa nas suas funções, sem esclarecer o motivo, deixando no ar uma sensação de despedida que, infelizmente, se concretizou de forma repentina.

A morte de José António Saraiva deixa um vazio significativo no jornalismo português.