Padre Ricardo Esteves alerta: “A depressão cria um silêncio que sufoca e um vazio que engole”
Alerta Padre Ricardo Esteves alerta: “A depressão cria um silêncio que sufoca e um vazio que engole”
Padre Ricardo Esteves alerta: “A depressão cria um silêncio que sufoca e um vazio que engole”
O padre Ricardo Esteves voltou a abordar um tema que considera urgente na sociedade atual: a depressão. Conhecido por falar sem rodeios sobre assuntos que muitos ainda evitam, o sacerdote descreveu a doença como “um silêncio que sufoca e um vazio que engole quem o vive”. As palavras, fortes e diretas, têm sido amplamente partilhadas nas redes sociais. E mostram o impacto crescente que a saúde mental tem no dia a dia de milhares de portugueses.
Segundo o padre, a depressão é muitas vezes invisível para quem está de fora. Ele explica que muitos doentes conseguem manter a rotina, sorrir e trabalhar normalmente. Mas por dentro sentem um peso difícil de descrever. Para o sacerdote, esse contraste entre o que se vê e o que realmente se sente cria uma solidão profunda. E é precisamente por isso que tantas pessoas se calam por vergonha, medo ou falta de compreensão.
Padre Ricardo lembra que a depressão não escolhe idade, profissão, género ou condição social. Pode surgir numa pessoa comum, num estudante, num profissional bem-sucedido ou até num líder religioso. Para ele, a ideia de que “é só tristeza” é não só falsa como perigosa. Porque impede muitas pessoas de procurarem ajuda a tempo. E contribui para o isolamento que tantos relatam viver em silêncio.
O sacerdote afirma que a depressão cria uma espécie de “eco interior”, onde as emoções não saem e não encontram resposta. Descreve-o como um estado em que o mundo continua a andar, mas a pessoa permanece presa num lugar escuro. Esse vazio, diz ele, engole a vontade, rouba a energia e, nos casos mais graves, apaga a esperança. Por isso, insiste na importância de reconhecer os sinais antes que a situação se torne mais séria.
Como líder espiritual, Ricardo Esteves admite que muitas pessoas se aproximam da Igreja quando se sentem completamente perdidas. Procuram um lugar onde possam falar sem serem julgadas. E onde possam admitir que não estão bem. O padre garante que é precisamente esse acolhimento que tenta oferecer. Não como tratamento médico, mas como presença humana. Porque, para ele, a primeira ajuda a quem sofre é saber que não está sozinho.
O padre sublinha também que o preconceito ainda é um dos maiores obstáculos. Há quem tenha medo de ser visto como fraco, instável ou incapaz. Há quem oculte o sofrimento para não preocupar a família. E há quem acredite que basta força de vontade para sair da depressão. Mas, segundo ele, esta doença é complexa, exige apoio especializado e não pode ser tratada como um simples estado emocional passageiro.
Na sua reflexão, Ricardo Esteves deixa claro que depressão não é falta de fé. Nem é castigo, nem falha espiritual, nem ausência de coragem. É uma condição real, com causas biológicas, emocionais e ambientais. E que precisa de compreensão, empatia e tratamento adequado. O padre lembra que até pessoas profundamente crentes podem enfrentar crises severas. E que a fé, em muitos casos, funciona como apoio, mas não substitui acompanhamento psicológico ou psiquiátrico.
O sacerdote termina a sua mensagem com um apelo forte: que ninguém ignore os sinais e que ninguém tenha vergonha de pedir ajuda. Diz que falar pode salvar vidas. Que procurar apoio é um ato de coragem. E que cada pessoa que rompe o silêncio abre caminho para que outros façam o mesmo. Para ele, a depressão não deve ser vivida às escondidas. Deve ser enfrentada com apoio, informação e humanidade.
A frase que tem circulado — “A depressão cria um silêncio que sufoca e um vazio que engole” — resume em poucas palavras aquilo que muitos tentam explicar durante anos. E confirma a importância de continuar a trazer este tema à luz. Porque só falando, ouvindo e cuidando é que se consegue quebrar o ciclo desse silêncio que tanta gente carrega no coração.
