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Terceira falha e 19 segundos: o que causou o apagão relâmpago no sul da Espanha?”

A Espanha identificou uma terceira falha no sistema de geração de energia no sul do país apenas 19 segundos antes do início do apagão que atingiu várias regiões nesta segunda-feira (5). O evento, considerado um dos mais críticos dos últimos anos, provocou quedas abruptas de energia em grandes áreas urbanas e afetou milhares de residências, estabelecimentos comerciais e serviços essenciais.

Segundo o operador nacional do sistema elétrico espanhol, Red Eléctrica de España (REE), a sequência de falhas começou com duas interrupções parciais na geração de energia em usinas da Andaluzia, por volta das 15h (horário local). No entanto, a terceira falha — identificada como a mais grave — ocorreu apenas 19 segundos antes da queda generalizada de frequência na rede, desencadeando o desligamento automático de diversas linhas e subestações como medida de proteção.

O colapso momentâneo no equilíbrio entre oferta e demanda levou a uma perda significativa de carga em diferentes pontos da rede nacional, especialmente no sul e centro da Espanha. Regiões como Sevilha, Málaga, Córdoba e até partes de Madri registraram interrupções temporárias no fornecimento de energia elétrica.

As autoridades explicam que o sistema europeu de transmissão opera em uma malha interconectada, onde qualquer desequilíbrio pode ter repercussões rápidas e em cadeia. De acordo com a REE, os mecanismos automáticos de proteção impediram danos maiores, mas evidenciaram vulnerabilidades em determinadas áreas da rede.

“Foi uma sequência rara e extremamente rápida de eventos. A última falha ocorreu menos de 20 segundos antes do colapso e teve papel central na perda de estabilidade da rede”, afirmou um porta-voz técnico da operadora.

Apesar da gravidade do apagão, a maioria das regiões teve o fornecimento normalizado em até 30 minutos, graças à atuação dos sistemas de proteção e redistribuição de carga. Ainda assim, alguns municípios relataram impactos mais duradouros, especialmente em áreas industriais e hospitais, que precisaram operar por algum tempo com geradores emergenciais.

O governo espanhol informou que acompanha de perto a apuração das causas e determinou a abertura de uma investigação conjunta entre o Ministério da Transição Ecológica, a REE e a Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência (CNMC). Técnicos buscam entender se houve falhas humanas, problemas técnicos em equipamentos ou causas externas, como condições climáticas extremas.

Especialistas alertam que o episódio serve como um alerta para a importância de investimentos contínuos em modernização da infraestrutura elétrica, especialmente em tempos de transição energética e crescente dependência de fontes intermitentes, como solar e eólica.

 

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